Micoplasmose Felina o que é?

 

Já que nosso assunto nas últimas duas semanas foi sobre os ectoparasitas, principalmente pulgas e carrapatos, hoje vamos discorrer um pouco sobre o mal que as pulgas podem causar nos felinos domésticos.

Além de prurido corporal devido às picadas constantes que as pulgas causam quando parasitam seu hospedeiro, elas podem ser responsáveis pelo desenvolvimento da Micoplasmose Felina, também conhecida como Anemia Infecciosa Felina que é uma doença bastante comum em gatos domésticos, principalmente naqueles que têm acesso à rua. É importante citar que muitas vezes o animal não sai à rua, mas as pulgas podem infestá- los por proximidade de contactantes cães ou gatos que vivem na vizinhança e que estão infestados por pulgas.

O agente responsável por essa doença é o Mycoplasma haemofelis, chamado antigamente de Haemobartonella felis. Trata-se de uma rickettsia que nada mais é do que um tipo de bactéria que ataca as hemácias (glóbulos vermelhos) do sangue, destruindo-as e levando à anemia que é um dos principais achados clínicos da micoplasmose. Nesse caso, a transmissão do agente ocorre através da picada da pulga no hospedeiro. Existem outras formas de transmissão como transplacentária, iatrogênica e mordeduras causadas em brigas com outros animais, mas que são menos comuns.

Épocas de mair risco

O risco de infecção ocorre principalmente na primavera e no verão devido maior incidência dos ectoparasitas nessas épocas do ano. Os gatos não castrados (acabam tendo maior acesso à rua por questões comportamentais) e aqueles que vivem nas ruas são os mais acometidos pela doença por estarem mais suscetíveis ao contato com outros gatos infestados por pulgas ou infectados com o Mycoplasma haemofelis.

Vale a pena citar que o parasita não penetra na hemácia, ele apenas adere à superfície da célula levando à sua destruição, chamada de hemólise. A doença pode apresentar-se de forma subclínica e o paciente não desenvolve sintomas, sendo apenas um portador assintomático por meses ou anos.

Sintomas

Dentre os possíveis sintomas que o seu gato pode apresentar, e que você deve estar atento são: prostração, fraqueza generalizada, perda de apetite, perda de peso progressiva, mucosas pálidas ou até mesmo amareladas no caso de icterícia (devemos observar coloração da mucosa oral e ocular para essa avaliação) e até mesmo febre.

Se você perceber quaisquer desses sintomas no seu gato, o mais indicado é que você o leve para uma avaliação clínica com o médico veterinário de sua confiança, o qual irá realizar exame físico e exames complementares para tentar estabelecer um diagnóstico e iniciar um tratamento adequado. Lógico que o histórico relatado e estilo de vida do animal (se tem ou não acesso à rua) ajudarão na pesquisa do diagnóstico.

Diagnósticos

Vale a pena também orientar em relação aos exames que permitem o diagnóstico da micoplasmose felina. O principal exame de triagem é o hemograma que vai nos mostrar se há indícios de infecção e anemia instalada. O grau de anemia pode sugerir necessidade de transfusão sanguínea em alguns casos mais graves.

Para visualizar o microrganismo, utiliza-se como diagnóstico o esfregaço sanguíneo e/ou a técnica molecular de PCR que é um método mais específico de diagnóstico. A ultrassonografia abdominal pode auxiliar o diagnóstico, pois é extremamente comum aumento do baço (esplenomegalia) na micoplasmose, e muitas vezes não percebe-se esse aumento no exame físico.

Muitas vezes, a micoplasmose felina está associada à infecções concomitantes por retrovírus, e por isso sugerimos a realização de testes para as retroviroses felinas (FIV – “AIDS felina” e FELV – leucemia felina) comuns nos pacientes felinos domésticos. Em outra ocasião, vamos falar um pouco mais sobre essas doenças que também acometem os gatos.

Não vamos nos aprofundar nas formas de diagnóstico e nem mesmo no tipo de tratamento que será instituído na micoplasmose, pois nosso principal objetivo com esse artigo é que você saiba identificar alguns sintomas que podem justificar a micoplasmose, além de ficar atento ao controle de pulgas no seu gato. Diante dos sintomas, reforçamos que você deve levá-lo ao veterinário, pois se for micoplasmose, ela pode levar ao óbito se não tratada a tempo e de forma adequada.

Prevenção

O ideal é que você tente prevenir a doença evitando a presença de pulgas no seu gato. Fale com o médico veterinário de sua confiança e comece o quanto antes esse tratamento, pois existem alguns produtos no mercado bastante eficazes para essa prevenção. E lembre-se que castrar seu animal pode evitar acesso constante à rua, e consequentemente brigas com outros animais e maus tratos que muitos gatos sofrem quando estão desprotegidos, fora do seu lar.

Como Evitar Pulgas em Seu Gato

CUIDE COM CARINHO E RESPONSABILIDADE DE QUEM VOCÊ AMA E SEJA MAIS FELIZ!!!

Dra Patrícia Moraes

Hospital Veterinário Paes de Barros

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